A fragmentação e o caos, o Nirvana e o pulsar inescrutável da vida da matéria, a unidade e a metamorfose, o horror à incompletude e a ataraxia permamente ante as formas que não chegam a ser, a fala paralisada no molambo da língua, a fatalidade do apodrecimento e a impossibilidade de iludir a Morte, tudo isso e o riso irônico ante a carne que desmancha e o verme que a devora – eis os acordes que Augusto dos Anjos vai tirando de sua lira estacionada nas cercanias do novo círculo do inferno, na verdade a entrada que elegeu para devassar o coração da poesia. De fato o poeta chega a ela numa trajetória que lembra a descida de Dante às paragens infernais do Letes, como que traduzindo em termos alegóricos, à semelhança da Divina comédia, a viagem de uma alma inquieta pela obsessão das origens.
Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos (1884—1914) foi um poeta brasileiro, identificado muitas vezes como simbolista ou parnasiano. Todavia, muitos críticos, como o poeta Ferreira Gullar, preferem identificá-lo como pré-modernista, pois encontramos características nitidamente expressionistas em seus poemas.
É conhecido como um dos poetas mais críticos do seu tempo, focando suas críticas ao idealismo egocentrista que se emergia em sua época, e até hoje sua obra é admirada tanto por leigos como por críticos literários.
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