Lutando na Espanha – George Orwell (nome verdadeiro: Eric Blair) escreveu Lutando na Espanha baseando-se em experiências pessoais na guerra civil que foi o prelúdio da batalha final contra o fascismo na década de 1940. O livro só pode ser considerado ficção do ponto de vista técnico. No mais, relata fatos. Orwell alistou-se como voluntário nas tropas republicanas e foi ferido no pescoço. Em 1950, esse ferimento ajudou a matá-lo, pois agravou uma insuficiência pulmonar que o autor trazia consigo desde a infância.
Orwell se definiu como membro da pequena média burguesia. Em outras palavras, sua família deu-lhe uma educação, injetou-lhe preconceitos de classe que não correspondiam a seus meios reais de subsistência. Estudou em Eton, que é par excellence a escola da elite dirigente da Grã-Bretanha. Serviu na Polícia Real na Birmânia. Foi lá que descobriu a mentira e a espoliação em que se assentava o império britânico. Tornou-se socialista.
Orwell não se comportou como o intelectual de esquerda comum, que escreve panfletos contra a classe dominante sem desligar-se dela socialmente. Resolveu experimentar em pessoa a vida dos pobres. Durante dois anos, trabalhou e vagabundeou em Londres e Paris, frequentando os escalões inferiores da sociedade. Contou o que lhe aconteceu em Down and Out in London and Paris, também a ser editado pela Civilização Brasileira. Quando estourou a revolta fascista de Franco, ele seguiu para a Espanha a fim de defender com armas a causa republicana.
Mais tarde, sem abdicar de sua condição de socialista, tornou-se também um crítico agudo das deturpações do pensamento progressista, cuja degenerescência no totalitarismo ele criticou em vários ensaios e, principalmente, em 1984. Sua última obra, encontrada entre os papéis que deixou para a posteridade, é o ensaio Such, Such Were the Joys, onde narra o sofrimento e a solidão em que viveu na infância.
Em Lutando na Espanha (Homage to Catalonia), Orwell vê a guerra do ponto de vista individual, as misérias, frustrações e horrores experimentados pelo soldado comum, não importa a nobreza da causa que esteja defendendo. Ele humaniza a guerra a fim de revelar-lhe a desumanidade. É um livro simples, modesto e direto, mas só em aparência. Não contém abstrações ideológicas sobre a condição humana. Fica no terra-a-terra de uma experiência individual diante do perigo concreto da morte, que não toma partido ideológico. Tanto melhor. Quando a guerra civil for apenas uma nota ao pé de página na História, a evocação de Orwell será reconhecida pelos nossos pósteros como a memória viva daqueles que pereceram lutando pela justiça e pela liberdade, transcendendo o meramente político e o meramente propagandístico.
Eric Arthur Blair (Motihari, Índia Britânica, 25 de junho de 1903 – Camden, Londres, Reino Unido, 21 de janeiro de 1950), mais conhecido pelo pseudónimo George Orwell, foi um escritor, jornalista e ensaísta político inglês, nascido na Índia Britânica. Sua obra é marcada por uma inteligência perspicaz e bem-humorada, uma consciência profunda das injustiças sociais, uma intensa oposição ao totalitarismo e uma paixão pela clareza da escrita.[4] Apontado como simpatizante da proposta anarquista, o escritor faz uma defesa da auto-gestão ou autonomismo. O entusiasmo do autor pelo socialismo democrático não foi abalado pela experiência do socialismo soviético, um regime que Orwell denunciou em seu romance satírico "A revolução dos bichos".
Considerado talvez o melhor cronista da cultura inglesa do século XX, Orwell se dedicou a escrever resenhas, ficção, artigos jornalísticos polémicos, crítica literária e poesia. Ele é mais conhecido pelo romance distópico Nineteen Eighty-Four - 1984 (Escrito em 1949) e pela novela satírica Animal Farm (1945). Juntas, estas obras venderam mais cópias do que os dois livros mais vendidos de qualquer outro escritor do século XX.[9] Um outro livro de sua autoria, Homage to Catalonia (1938) - um relato de sua experiência como combatente voluntário no lado republicano da Guerra Civil Espanhola - também é altamente aclamado, assim como seus ensaios sobre política, literatura, linguagem e cultura. Em 2008, o The Times classificou-o em segundo lugar em uma lista de "Os 50 maiores escritores britânicos desde 1945".
A influência de Orwell na cultura contemporânea, tanto popular quanto política, perdura até os dias de hoje. Vários neologismos criados por ele, assim como o termo orwelliano - palavra usada para definir qualquer prática social autoritária ou totalitária - já fazem parte do vernáculo popular.
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